sábado, 16 de outubro de 2010

Não me ama? Prove


Tudo que tinha era uma vela acesa diante dos seus olhos. Um dia foi linda, lindos cabelos negros, pele branca e lisa, seus lábios carnudos escondiam um sorriso invejável que era mantido em segredo por sua timidez.
Deitada no chão gelado do velho porão, Mariana observava sua pele, aqueles vários hematomas e as dezenas de mordidas. Acorrentada sem mal poder ver a luz do sol a semanas, servia de comida para ratos. Todas as noites quando o cansaço à fazia dormir, seus vizinhos vinham se alimentar de sua carne.
Só sabia que era manhã por que Jorge seu ex-namorado e seqüestrador vinha lhe trazer algum alimento, e entre desaforos lhe pedia uma reconciliação, isso quando não a surrava, com sua visita deixava entrar poucos raios de luz. Jorge apenas fazia visitas rápidas pela manhã, deixava o alimento, e trocava a vela, ai seguia para o trabalho. Todas as noites ele voltava. Em busca de sexo na maioria, e outras fazendo propostas de liberdade em troca de amor eterno.
Naquela manhã Jorge trousse dois pães e uma garrafa com água, após trocar a vela saiu. Mariana pegou a sacola e se arrastou até a parede, bebia pequenos goles da água enquanto mastigava o pão. Em sua cabeça estava à lembrança de quantas vezes reclamou da comida de sua mãe, e a certeza que nunca a comeria novamente.
Bebendo a água passou os olhos na corrente que a prendia pelo tornozelo esquerdo em uma das paredes do porão. A corrente grossa, pesada, estava totalmente enferrujada, junto ao tornozelo de Mariana trazia uma espécie de algema, que em um dos lados tinha uma simples dobradiça, e do outro um grosso parafuso preso por uma porca.  Voltou seu olhar para sua mão direita, seu dedão já sem unha, das tantas vezes que tentou afrouxar a tranca.
Contabilizou vinte e um dias desde que foi levada para o cativeiro. Eram três semanas de dias iguais, ela e aquele porão imundo, comia ao amanhecer e apanhava antes de dormir, só mudava o alimento e os pontos da dor. Nunca imaginará haver um porão de escravos naquela pequena cidade. Existia seu namorado conhecia, e agora a prenderá nele.
O porão pertence a uma casa centenária que está abandonada a mais de 50 anos, desconhecida por grande parte da população do município já foi ponto de comércio de escravos e depois de produtos produzidos pelos camponeses que na região residiam. Hoje é o cativeiro daquela bela jovem que espera pela morte.
Sentada com o seu corpo escorado na parede, Mariana observava a vela que queimava lentamente diante seus olhos. Os ratos corriam ao seu redor, quando um barulho a despertou de seus pensamentos, barulho este que vinha da porta do porão. Pensando estar salva Mariana pedia por socorro, mas um rosto conhecido surgiu diante de seus olhos, era Jorge. Como era sábado ele não precisará ir trabalhar, foi até o porão para ver Mariana.
- Mari meu amor, olha só o teu estado. Ai jogada, imunda em meio a esses ratos, essas feridas devem doer, doem? - Jorge estava eufórico, como uma criança que vê o carrinho do picolé.
-Cala sua boca, seu porco! Seu louco. – Gritou Mariana, se encolhendo mais e mais para junto da parede.
- Tudo seria tão simples, mas não. Você é teimosa.
- Jamais quis te enganar, te iludir em um falso amor. Por isso terminei. – Mariana estava com a voz triste, parecia que apesar de tudo sentirá pena de Jorge.
- Te falei no dia em que terminamos. Fique comigo, te ensinarei a me amar. Foi você que plantou o que colheu, era só aprender a me amar. – Lágrimas corriam dos olhos de Jorge.
- Poderia ter aprendido a te amar, mas com o tempo, em meio a uma amizade. Olha onde eu estou? Olha o que você se tornou, prefiro morrer que transar novamente com você. Estou morta por dentro. – Lágrimas agora também corriam dos olhos de Mariana, ela se calou.
Calado Jorge saiu, batendo a porta, e sem dar explicação. As lágrimas haviam encharcado seu rosto. O silêncio voltou a reinar no porão. Mariana mal percebeu a saída do ex. Com os punhos serrados ao rosto chorava, esperando mais uma surra. Notou sua volta, ele entrou rapidamente pela porta do porão a deixando aberta, trazia com sigo uma faca. Era uma faca de cozinha, grande com um cabo de chifre, aparentemente nova, sua lamina refletia o sol que entrava pela porta naquele inicio de tarde.
- Se realmente não me quer mais nos braços? Prove! Ta aqui a faca, terei o gosto em lhe te ver morrer, não me ama? Prove. – Jorge caminhou até a parede onde Mariana estava. Entregou-lhe a faca em mãos e ficou ali parado a poucos centímetros dela.
A jovem agora com a faca em punhos se colocou de joelhos, a girou lentamente entre os dedos e encostou a ponta da lâmina no próprio abdômen. Jorge estava de pé, sem mover um músculo.
Introduzindo a faca lentamente em seu corpo, Mariana exalava leves gemidos, terminou de enfiar a faca soltando um grito que ecoou pelo cômodo. Retirou a faca e a introduziu mais três vezes. Ao ver sua amada cair cuspindo sangue, Jorge a segura nos braços e a viu morrer.
Abalado e sem saber o que fazer, sem nem ao menos conseguir calcular as conseqüências dos fatos, retirou a faca do corpo de Mariana e se suicida, cortando os próprios pulsos.
“Os corpos do jovem casal, ou o que restam deles, ainda estão juntos no porão da velha casa.
“Já suas almas. Acredito que não.”

Lição de vida



 Último dia do fórum estudantil, eu era o terceiro palestrante, lembro como se fosse agora a diretora me anunciando:
- Está ai, um cara que tem para ensinar a vocês uma lição de vida... Com vocês Pedro da Silva.
Fui entrando devagar, um tanto quanto tímido, em meio inúmeras vaias, lembro de alguns garotos gritando:
- Olha lá, é o faxineiro...
Lá estava eu, na frente de 600 adolescentes, sem palavras, travado, até que uma garota logo a minha frente disse:
                 - Vai Pedro a noite é sua!
                 Aquilo para mim; Foi uma injeção de animo comecei minha palestra que era esta:
                 “Meu nome é Pedro da Silva, talvez seja apenas mais um Pedro, apenas um da Silva, mas minha vida foi muito doida, como vocês jovens costumam falar. Nasci uma pequena cidade no estado de Mato Grosso. Era de família humilde, estudei até a 2ª série do ensino fundamental, com 8 anos já ajudava meus pais na lavoura de fumo,pois não podia encarar a dura realidade de ver meus dois irmãozinhos  recém nascidos passando fome. Com treze anos, roubei pela primeira vez, foram objetos de um bazar, planejava os vender para arranjar grana para poder comprar remédios para minha mãe que estava doente, e comida para nossa casa... Fui pego, fui julgado pelos meus atos, me condenaram a permanecer em uma instituição de recuperação de menores infratores em Cuiabá, até o dia em que eu completasse 18 anos. Foi onde aprendi muitas coisas, “Arrombar carros , manusear facas e coisas do gênero”. Até hoje digo que aquilo não era recuperação para menores infratores, e sim, uma escola, que formava maiores infratores.Com muito sofrimento, cumpri minha pena sem nem ao menos tentar fugir ou receber uma visita de minha mãe. O único dia que sai da instituição antes do termino da pena, foi quando tinha acabado de completar 15 anos, sai para ir ao enterro de minha mãe, ela morreu vitima de um câncer de pulmão por causa do fumo das lavoras, nas quais trabalhávamos. Ao completar 18 anos fui liberado da pena, fui direto para minha terra, queria ver meu pai e meus irmão.
Chegando a minha casa, fui entrando, vi que não era mais minha família que morava ali que tinha uma família estranha, A mulher que ali morava, disse para que saísse antes que ela chamasse a policia, fiz o que ela mandou. Procurei noticias de meu pai, fiquei sabendo que ele tinha se suicidado, fez tal besteira dois meses após a morte de minha mãe. Meus irmãos foram encaminhados para adoção, eu estava só no mundo.
Ao perguntar sobre meus irmãos ouvi da senhora que morava na casa vizinha:
- Seus irmãos, foram adotados por um casal rico. Eles moram em São Paulo, vão crescer bem longe daqui, de toda essa pobreza, mas infelizmente longe de você...
Pensei em procurá-los, lembrei de tudo que havia ouvido sobre São Paulo, me fui. Peguei carona com um caminhão de cebola, fui sentado na carroceria. Ao chegar aqui fui imediatamente atrás de um emprego, pois sabia que seria dura a busca para eles. Quando cheguei a ma agencia de empregos, pedi se tinha vagas. Pediram-me se eu tinha carteira de trabalho, eu apenas disse que não tinha, e RG? O senhor perguntou com uma cara de desprezo. Respondi a ele, que eu já tive, mas ele havia sido perdido na viagem... Ele olhou em meus olhos e pediu escolaridade. Eu o falei que estudei ate a segunda série. Ele apenas sorriu e disse que não tinha vagas, após muito não, eu desisti.
Não tinha como eu voltar, não tinha nem idéia de onde estavam meus irmãos, eu precisava comer o jeito que achei foi pedir. É, após uma semana, eu era apenas mais um mendigo nas ruas de São Paulo, a cachaça que me tirava da solidão, era a mesma que me esquentava nas noites frias. As vezes ao pedir um simples trocado, eu ouvia senhores engravatado dizer em ar de deboche:
-Vai trabalhar!
                 Será que ele iria da um emprego a um jovem mendigo em uma calçada, acho que não; Muitas vezes acordava com a respiração ofegante, muito triste, havia sonhado com a minha família, mas logo ficava feliz, pois tinha vivido mais uma noite em meio as calçadas de São Paulo. Vi muitos mendigos morrer naquelas calçadas, alguns de frio outros de fome, muitos assassinados, sempre achei que meus dias estavam contados, foram sete longos anos elas ruas.
                 Um dia tudo mudou, amanheci em um quarto todo rosa, lindo, muito diferente dos albergues que costumava freqüentar ,quando menos esperei, entrou uma senhora, a dona Rose, tinha em suas mãos uma bandeja, o café da manhã. Eu apavorado, agradeci e disse que não podia aceitar, fui me retirando. Ela sorriu e não me deixou ir, disse:
                - Você está em minha casa, o senhor estava dormindo ai em frente, lavado em vomito, com ajuda de uns vizinhos te acolhi! Banhamos-te e o colocamos a dormir...
                 Voltei a agradecer, mas tinha que ir. Ela me mandou comer antes, enquanto comia, eu contei minha história a ela, ela emocionada, chorando, disse que também estava só. Pois sua filha tinha sido vitima de uma bala perdida a um anos, seu marido tinha tido um infarto fulminante a mais de dez anos. Eu não fui mais embora, eu tinha uma pessoa que se importava comigo. Com ajuda de Rose, abandonei as ruas, arranjei um emprego como servente de pedreiro, voltei a estudar, em três anos acabei o ensino fundamental, pois fiz supletivo.
 Comecei no ensino médio aqui na escola, após meio ano mudei de emprego, peguei aqui como faxineiro. Faz três anos que me formei, talvez alguns alunos lembrem de mim da época que estudei, tenho orgulho do meu emprego. Fim do ano passado fiz vestibular para jornalismo na UFSP, passei, estou completando o primeiro semestre. Espero poder um dia, escrever em jornais a verdadeira realidade. Hoje tenho trinta anos, só Deus sabe tudo que eu passei, mas realizei meu sonho, estou cursando a faculdade. E graças a ajuda de uma nobre senhora que me acolheu, estou casado com uma linda jovem que conheci no tempo que estudei aqui e estamos para ter nosso 2º filho.
Eu posso ser apenas um Pedro, um da Silva ou o Faxineiro, mas com ajuda de uma humilde senhora tracei meu destino, ele foi bom, e quero lutar para que o destino de muitos outros mendigos seja mudado...
Obrigado “
                  Após terminar a palestra não vi mais risos e sim lagrimas, todos me aplaudiram em pé... Após a palestra muitos alunos vieram me cumprimentar, mas uma jovem professora em especial, minutos após a palestra veio conversar comigo. Ela tinha lá seus 25 anos, ou melhor, 24. Tinha acabado de se formar em Letras, e estava começando seu trabalho na escola, como professora de português do Ensino Médio. Ela ficou muito comovida com minha história, mas ao desfecho notou que tinha grande chance dela ser a irmã, que eu vim procurar. Eu fiquei muito feliz, pois tinha chances de ter encontrado meus irmãos, ao perguntar de Joaquim, ela deu a péssima noticia, Joaquim, nosso irmão mais novo  havia morrido a dois anos, vitima de um atropelamento. Após muitas e muitas conversas, acreditávamos que éramos realmente irmãos, e mesmo que não fossemos nos considerávamos tais.
 Hoje tenho 45 anos, estou aqui com você minha filha, Carla sua tia, junto ao tumulo de seu tio Joaquim, lendo esse velho rascunho e vejo que realizei meus sonhos, garanti um futuro para vocês meus filhos e ainda sou dono do orfanato de nossa família, ainda sou o redator mais comentado do estado. E não posso esquecer, graças a esse exame que tenho nas mãos comprovo cientificamente que eu, Carla e o falecido Joaquim somos irmãos.  Mudei de vida e consegui cumprir meus objetivos.
OBS: Este é um trabalho de ficção, criado por mim ”Maiquel Renck” nada disso realmente aconteceu , existem muitos mendigos em nosso país, a realidade é dura, a maioria morre nas ruas e são enterrados como indigentes, a realidade podia ser diferente, mas atitude tomada pelo governo é muitas vezes de se revoltar... A vida continua e eu sou tratado como apenas mais um rebelde sem causa... Vamos fechar os olhos, pois “o que os olhos não vêem o coração não sente”, mas “A VERDADE ESTA LÁ”.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"Diga não ao Aborto"


Juliana era uma bela menina de apenas 16 anos, com grandes projetos para o seu futuro,  faculdade, um marido legal, filhos e dinheiro. Tudo que a maioria das garotas de sua idade sonham.
Conheceu Sergio quando estava acabando o colegial, e se preparando para o vestibular, como médica  sonhava salvar vidas.
Ela e Sérgio faziam um belo par, todos os elogiavam. Certo dia, para comemorar um ano de namoro os dois foram ao cinema. Na saída começaram com uns amassos quentes dentro do carro, ainda no estacionamento do shopping.
-Para com isso. Aqui não alguém pode ver. – Disse a jovem se livrando dos braços do namorado.
Sérgio arrancou o carro e saiu cantando pneu,  a levou para a beira da praia a luz do luar, dentro  do carro a beira mar, com seus 17 anos Juliana perdeu sua virgindade, presenteando o querido e amado Sérgio. O único problema é que esqueceram a camisinha.
Depois disso os dois transaram várias vezes, no sofá, na cama, no elevador, Porém usaram proteção. Era um casal invejável, até o dia que Juliana ligou para o Sérgio e dizendo estar precisando falar urgentemente com ele. Os dois marcaram e se encontraram.
Decepcionada, Juliana conta o ocorrido:
- Estou grávida e você é o pai, foi meu único homem. E com isso terá que assumir suas responsabilidades!
- Sem chance, tenho uma carreira a concretizar, um filho agora Nemmmmmmm... Pode tirar, eu pago e você tira ou me esqueça. - Resmungou Sérgio.
Juliana não tinha dúvidas, iria tirar o bebê, com isso não perderia seu amor e nem estragaria seus planos para o futuro. No dia seguinte, Juliana foi a uma clínica de aborto e decidiu que faria mesmo aquilo.
(Enquanto ela fazia o aborto o bebê falava)

'' Sou uma menina mais mamãe ainda não sabe. Também não tenho nome mais com tantos nomes lindos por ai minha mamãe vai escolher o melhor deles. Mais enquanto minha hora não chega, eu fico aqui protegida e quentinha dentro da barriga da mamãe. Fico imaginando como minha vida vai ser boa. A primeira coisa que quero, é ver o lindo rosto da mamãe quando eu nascer, espero que eu pareça com ela, mais também quero parecer com o papai. Mamãe sempre me diz que ele é lindo e que tem olhos verdes... Será que terei olhos verdes também?
Eu amo tanto meus pais, mamãe sempre está comigo, mais é lógico, estou na barriga dela. Ela sempre conversa comigo sobre o futuro.
Hoje estou triste porque escutei meus pais brigando. Mamãe chorou muito e eu não gostei. Ela me pediu perdão, dizendo que faria uma coisa muito ruim. Claro que te perdôo mamãe, eu te amo e mesmo sem saber o que vai fazer você é a pessoa mais importante da minha pequena vidinha.
Estamos no médico, acho que ela veio fazer exame de rotina... Está cheio de gente ai fora... (bebê gritando) - MAMÃE O QUE ESTÃO FAZENDO? AI MAMÃE NÃO QUERO SAIR, NÃO ESTÁ NA HORA AINDA, SOCORRO... MAMÃE!
Hoje minha mãe me matou...
Mesmo ela fazendo o aborto, ele não a procurando mais.
Depois do aborto Juliana ficou mal, não sentiu fome, não queria mais viver. Já estava 90% recuperada fisicamente, mas seu psicológico estava acabado. Mesmo em um estado profundo de depressão, ela foi conversar com Sérgio.
Contou que tinha feito o aborto e que estava traumatizada, que aquilo fez muito mal a ela. Disse preferir matar ele que já foi seu amado, do que tirar a vida de seu neném, que não tinha nome e tinha dúvidas quanto ao sexo. Logo depois ela sacou uma arma da bolsa, era um revólver calibre 38, comprado com o dinheiro que o Sérgio deu a mais para manter o segredo quanto ao aborto. Segurando a arma em punho apontou para o peito de Sérgio falando que aquilo tudo é sua culpa.
Apertou o gatilho por três vezes, abalada com o feito cometeu suicídio.
Para finalizar, só tenho a dizer que é isso que o aborto faz... DESTRÓI VIDAS!

Originalmente escrita por   Ana Caroline Cruvinel, editado e finalizado por Maiquel Renck
Acessem: Diga não ao aborto http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=107312046

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Vermelha


Durante duas semanas eu e o Luar, um amigo que trabalhava comigo na época, planejamos ir ao show da Cachorro Grande  no Três Coroas em Festa.  A primeira dificuldade foi como ir, sendo que nenhum dos dois tinha carro nem ao menos carteira. Isso foi resolvido logo, meu pai nos levaria e voltaríamos de ônibus no dia seguinte.  Estava 100% combinado,  por fim o Nico foi junto. Para entrarmos no brilho bebemos uma caixinha de cervejas em lata, parte dela ainda dentro do carro e as demais foram bebidas em uma calçada perto da entrada da festa.
Entramos logo depois das 22 horas, e a primeira coisa que fui fazer foi dar uma aliviada, difícil foi achar onde, por fim avistamos dois banheiros químicos, consegui a façanha de entrar no feminino. Na saída do banheiro a poucos metros estava um segurança que deu um sorriso torto a me ver sair.
A sede estava grande, íamos da bilheteria, para a chopeira, e logo após o banheiro, o show demorou a começar, e eu já estava fora quando começou. Nem 1 da manhã, eu já estava me controlando na bebida, o Nico também acalmou, porém o Luar buscava de dois em dois.
Estava em frente a chopeira esperando o Luar quando cruzou uma ruiva com longo cabelo cacheado  até a cintura, calçava uma bota allstar que ia quase até o joelho, por impulso a puxei pelo braço, ela me olhou fazendo uma cara de “ein”, logo depois descobri que essa carinha era um de seus charmes. Naquele momento realmente travei, ela ficou me olhando e por fim me perguntou:
- E ai?
Ainda um tanto travado formulei a resposta:
- Acho que te confundi!
- Tranqüilo. – Ela respondeu, sua cara era de bebaça.
- Você viu minhas amigas? Onde elas foram?
O Nico já se meteu:
-Foram para lá.
Nesse momento uma de suas amigas a puxou pelo braço vindo do outro lado, sua amiga me pareceu conhecida, mas nem dei atenção, pois estava bêbado. O Luar voltou e seguimos para ver o show. Estávamos a direita do pavilhão, um local com pouca gente, ao oposto das chopeiras, mas tinha boa visão do palco. O Luar ocasionalmente sumia com a desculpa de ir buscar um chopp ou até mesmo por distração em meio ao pessoal.
 Foi em meio a um desses sumiços do Luar que olhei para o meio da multidão, algo me chamou a atenção, o reflexo de um cabelo vermelho que se sacudia loucamente, ao seu lado também dançando loucamente estava a sua amiga aquela da copa, que por fim reconheci, sendo filha da madrinha do meu irmão, a Darcila, sabia que ela curtia rock, mas nunca havia encontrado-a em festa. Junto com elas tinha mais algumas garotas e uns garotos que nem dei atenção.
Apontei o grupo para o Nico, ele logo foi chegando mais perto, quando estava  a 2 metros colocou as mãos nos bolsos da calça e ficou concentrado olhando diretamente para a misteriosa ruiva, que já não dançava mais. A ruiva a Darcila e uma outra menina também gata, as três riam em coro olhando para o Nico. Pensei coitado, vai ser esculachado. O Nico tinha apenas 15 anos, em minha opinião não aparenta mais, só que não tem medo do perigo.
A ruiva o chamou para junto dela, ao longe pude as ver rindo, e novamente pensei coitado. Quando em milésimo de segundo os dois se beijaram, e não havia santo para separar. Eu estava parado ao longe sem nem ao menos saber o que pensar. Fui chamado e apresentado, a misteriosa ruiva se chamava Dieni, e tinha sinais visíveis de embriagues.  Após a apresentação e ouvir papo furado, fui procurar o Luar, minha tentativa foi frustrada.
No momento em que voltei para o grupo, fui convidado para ir para tal de “Esquina da Vergonha”, o nome era legal, nem fazia idéia do que se tratava. Não ousei em responder não, a festa ali logo deixaria de ser de rock, e a graça sairia pelos fundos. O Detalhe era  achar o Luar, quando o achei estava com o irmão do Nico, e mais duas garotas. Deduzi, está trabalhando, na mina. O deixei e observei de longe, quando dei conta ele havia saído. Questionando o irmão do Nico sobre o paradeiro do Luar, tive como resposta:
-Sei lá, saiu caminhando pra te procura.
Quando finalmente o achei, falei para ele sobre o Nico e a proposta da tal esquina da vergonha, o Luar respondeu:
- Se vai outras minas junto, estou nessa!
Depois fomos falar para o Nico que poderíamos ir, o Luar teve que ir ao banheiro, nós ficamos espertando-o em frente ao banheiro, Eu, Nico, Dieni,  Darcila e a outra menina que soube se chamar Edi. O Luar demorou a voltar e nesse meio tempo, passou por nós um casal de amigos da Dieni, o cara se  apresentou por Beto, disse já estar indo embora pois teria ensaio no sábado pela manhã, era vocal de uma banda. A menina nem sei o nome, além da beleza me chamou atenção que ela vestia uma camiseta da banda Tequila Baby.  Algo não muito comum entre garotas.
Questionei-o sobre o que era a esquina da vergonha, rindo me perguntou:
-Tu não conheces a esquina da vergonha?
-Não. - respondi. Tentando me esconder dentro do casaco.
-Bah, é um lugar que conheço do meu tempo de guri, a galera se reúne para ouvir um rock, jogar um xadrez, tocar um violão... Anos a trás era mais freqüentada, mas sexta é sagrada sempre tem uma galera por lá.
Eles se despediram e saíram. Após alguns minutos o Luar veio de outro lado, com dois chopes.  Fomos os seis a caminho da tal esquina da vergonha. O Luar brincou dizendo que iríamos todos dormir na casa da Dieni. Ela por sua vez respondeu calmamente:
-Iríamos se meu pai não estivesse lá!
- Então melhor não, não quero apanhar de facão. – Rebati rindo.
- Pior é levar uns tiros, meu pai tem duas espingardas, mês passado gastou uma nota comprando uma de Pressão.
- É ai que não vamos.  – o Nico falou respondeu encolhendo o corpo para junto do da Dieni.
A Darcila, e a Edi caminhavam à frente na maior parte em silêncio, ou conversavam entre si. O Nico e a Dieni caminhavam logo atrás, acompanhados por mim e pelo Luar, que não calávamos a boca por um minuto.
Quando chegamos à esquina, vi que era apenas uma esquina, imaginei um bar ou algo assim. Na esquina estava um Chevette estacionado, sentado na calçada tinha algumas pessoas. Pelo menos uma garota e três caras. As gurias estavam em casa, conheciam todos pelo nome. Escutavam um rock pesado, porém nacional no som do carro, curtindo o som perguntei para o cara que banda era.
-Matanza. Os caras são muito bons. – Respondeu.
O outro falou algo que não entendi, bebiam algo que também não distingui.
A Darcila e a Edy se sentaram na calçada um pouco para o lado, a Dieni e o Nico sumiram por de trás de uma parede. Resolvi sentar também, pois além de bêbado estava cansado da caminhada. O Luar primeiramente sentou, ficou falando com a Darcila, acho que as respostas não agradaram, ele levantou e saiu caminhando pela rua.
Do nada começou a falar mal de três Coroas.
-Essas velhas não servem para nada, de que adianta vir aqui, não tem porra nenhuma nesse centro!
Notando seu estado o tirei:
-  Sim, e as laranjeiras?
- As Laranjeiras têm a pista de DH, só lá presta! O resto é uma bosta! –Respondeu.
Nesse momento o casal deu o ar da graça, a Dieni se dirigiu direto a mim perguntando:
-Pive, como vocês vão embora daqui?
- Acredito que amanhã de ônibus...
 Fui interrompido pela Edi perguntando:
-E onde vão dormir?
- Que dormir, nós iremos vagar por ai até amanhecer e depois...
-Não, aqui é perigoso na noite, não conseguem uma carona?- Essa vez a Dieni me interrompeu.
-Posso ligar para o meu pai, mas o coroa deve estar dormindo.
-Liga, ai nós não nos preocupamos!- Disse comentou a Edi.
Difícil foi achar um celular com bateria e saldo, por fim acabei usando o da Darcila para ligar para o meu pai. Ninguém atendia. Dei um tempo.
- Que banda estava tocando no carro?- perguntei para a Dieni, que não desgrudava o Nico por um segundo, ou era visse versa.
-Matanza?
-É. - Respondi sem certeza.
- Matanza é do caralho. Te gravo um CD deles se você levar o Nico no Tio Remi amanhã. Vai ter banda Identidade.
Naquele momento me senti um grande poser, o cara que lê o crepúsculo e escuta Avril e se diz gótico. Não conhecia Matanza e nem a banda Identidade. Mas aceitei a proposta.
Conversávamos ou tentávamos conversar sobre qual era o estilo da banda identidade quando fomos silenciados pelo som de alguém fazendo ânsia do outro lado  da rua.
Olhei e não podia ser outro, o Luar escorado em um Latão de lixo que estava cheio e vomitando ao lado. Corri lá, tirei o lixo to latão e pedi que vomitasse dentro para não dar sujeira.
-Vomito onde eu quero. Me deixa. – Gritou tentando manter o equilíbrio quando eu já estava saindo.
Voltei a ligar para o meu pai, que finalmente atendeu. O coroa se prontificou a ir nos buscar. Mas demoraria um tempo. Fiquei sentado conversando com a Dieni que dava graças por nós não ficarmos na rua o resto da noite.
Do nada a Darcila veio até mim e calmamente disse:
- Pive, aquele teu amigo que tava vomitando ali, ele disse que ia embora e saiu!
- Mas o que ele realmente disse.  -Retruquei.
- Vou embora suas chatas.  E foi. – A Darcila disse rindo.
Naquele momento, descobri que a noite ainda seria longa. Fui até a praça do outro lado da rua e nada do Luar. Caminhamos todos juntos  até a festa, falamos com um segurança, um guardador de carros, e até um cão abandonado. E nada do Luar.
Enquanto caminhávamos a procura do Luar, a Edi me contava de um amigo Hippie, que viajava por tudo de bicicleta vendendo seus artigos.  Depois de não acharmos o Luar pelas ruas da festa, voltamos em direção à Esquina da Vergonha.  Do nada, um carro buzina, era o irmão do Nico. Estava indo embora da festa. Acabou parando com nossos gritos. Ele acabou levando o Nico junto, e eu fiquei com as gurias para procurar o Luar e esperar o meu pai. O Nico nem se despediu da Dieni, apenas embarcou no carro e se foi.
Quando ela viu o carro arrancar me perguntou:
-Todos os caras de igrejinha são assim? Saem sem dar tchau?
Rimos em coro, mas nosso riso foi calado pela buzina de uma Brasília que estava na sinaleira do outro lado da avenida.
- Olha o coroa, dando bandinha, quer mexer com as gurias! – Dieni falou rindo.
Quando virei para ver o carro, vi meu pai parado no sinal aberto. Despedi-me rapidamente das gurias, dizendo que continuaria a procurar o Luar agora com o meu pai. Elas me desejaram boa sorte, e seguiram caminhando pela rua.
Corri até o carro e voltamos a procurar o Luar, agora eu e meu pai. Voltamos até a festa, onde com permissão de um segurança adentrei e perambulei em busca do Luar. E nada. Como última alternativa, eu e meu pai voltamos para a praça, onde encontrei a Dieni, Darcila e Edi, tirando fotos. Por existência até tirei uma com elas.  Por fim voltei a me despedir, embarquei no carro e voltei para Igrejinha, sem pistas do Luar.
Na noite seguinte descobri que o Luar realmente tinha vindo para casa. Foi recolhido pelo Nico e seu irmão ainda em Três Coroas, se encaminhando para Igrejinha.  Na noite seguinte, fui com o Nico no Tio Remi, mas nunca recebi meu CD do matanza, a banda Identidade é do caralho, mas como fiquei com as velas, fui embora cedo... Quanto ao nosso jovem casal. Ficaram mais algumas vezes depois daquele fim de semana, A Dieni está curtindo, o Nico sei lá jura estar apaixonado...
Lembro de uma noite enquanto eles ainda ficavam. Era sexta-feira a Dieni iria para o Bar do Morro, e eu e o Nico decidimos apenas sair para beber. Era 2 da manhã o Nico já tinha vomitado metade do fígado, quando me pediu para eu ligar para Dieni e pedir para que ela viesse buscá-lo. Com muita insistência, alguém atendeu ao telefone da Dieni.  Identificou-se como Josi, pedi pela Dieni. A voz feminina do outro lado da linha respondeu:
-Ela não pode falar agora, ela ta aqui em Sapiranga, bebeu todas e ta soltando os Bofês, vomitando tudo que tem no estômago...  A  ligação caiu.
Talvez conto  nesta noite  em outra oportunidade.
Foto tirada na praça
Realmente criei esse conto, ou melhor, recontei os fatos da noite do dia 07 de maio de 2010. Por  pedido da Dieni, que estava bêbada demais para Relembrar.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Silêncio

Um velho relógio de pendulo estalava junto ao silêncio da pequena casa, colocada em meio à sala, diante da televisão desligada estava uma cadeira de balanço vazia que se movimentava lentamente. Sentada ao lado da cadeira estava uma velha, seus cabelos brancos lembram neve. Sua mão esquerda usava de fragilidade para movimentar a cadeira, enquanto seus olhos fitavam a porta.
Na cozinha Bianca uma bela jovem preparava um chá, chá de Cidreira o preferido de sua avó. Bianca terminava de preparar o chá quando ergueu a cabeça sobre a pia e perguntou:
-Quer três colheres de açúcar vó?
O silêncio se tornou ainda maior, pois a cadeira não balançava mais. Foi quebrado, pela voz da velha Lurdes sussurrando:
-Sim meu velho também estou sentindo sua falta.
Bianca colocou as três colheres mesmo sem obter a resposta da avó, não quis incomodar seus pensamentos, caminhou lentamente até a sala, onde questionou a velhinha:
-Pensando no vovô?
Não teve resposta.
-Ein vó, pensando no vô?
O silêncio foi novamente quebrado, agora por uma xícara de porcelana estourando no sualho de Eucalipto.
- Vó, Vó... Acorda vó não me abandone.

Poema. Livro As Valquirias, Paulo Coelho


A gente sempre destrói aquilo que ama
em campo aberto, ou em uma emboscada;
alguns com a leveza de um carinho
outros com a dureza da palavra;
os covardes destroem com um beijo,
os valentes, destroem com a espada.

Oscar Wilde, Balada do cárcere de reading

Uma noite em tanto

Uma noite em tanto




Era um grande dia para mim, o show da banda que eu amava,começava a meia-noite e assim foi, lá estava eu. Na hora, em meio a um tumulto mais de 20 mil pessoas todos querendo ver de perto, consegui chegar a poucos metros da banda, sempre adorei Rock, mas nunca fui de fazer agito em show, me sentia um estranho em meio a tanta gente e tanto agito tudo aquilo estava se tornando uma chatice. A não ser pelo show que estava ótimo, meu amigo ainda estava triste, pois sua garota não tinha ido, éramos dois estranhos no paraíso, ou talvez no inferno. O Show foi do “caralho”, mais de duas horas de rock. Em meio ao público podia ouvir garotas gritar sexo drogas e Rock n’ Roll, talvez fosse isso que procuravam, mas não o que eu procurava.
O show acabou às duas da manhã, a galera se dispersou todos se espalharam pelo lugar, fui beber a minha primeira bebida, bebi rapidamente, Mike e eu voltamos a andar pelo local, todos os amigos que encontrei estavam bêbados, senão estavam calculando a porcentagem entre foras e beijos. E eu totalmente sóbrio e louco para sair dali, não achava aquilo no mínimo engraçado, Mike não mostrava interesse pela festa, a ele parecia não ter graça sem sua amada. Voltei a pegar uma bebida, tomei-a em apenas três goles, eu não queria estar ali. Em meio ao tumulto ninguém se respeitava, um pedido de licença era levado como ofensa para muitos, mas uma cantada barata era um luxo. Eu e Mike resolvemos ir para casa, porém eu não queria ir para sua casa como o combinado e sim para a minha, pois queria ficar quieto com meus pensamentos.
Quando chegamos ao portão da festa, pude ver um casal brigando, a garota era linda, vinte e poucos anos, loira, lábios carnudos, e lindos olhos verdes, seu rosto estava lavado pelo escorrido de suas lagrimas. Sua maquiagem manchava seu rosto de negro. Em meio às lagrimas, ela exclamava pedidos de desculpas... Naquele momento deixamos a festa, e aquilo, foi apenas o que vi. Caminhando pela calçada, paramos para comprar um lanche antes de ir. “A caminhada seria solitária e longa para os dois”. Ao me despedir de Mike, passa por mim aquela garota, de cabeça baixa usava os punhos para secar suas lagrimas, fui caminhando seguindo seus passos, em alguns metros eu a alcancei. Ao passar em seu lado ela olha em meus olhos e diz:
- Desculpas, pelo vexame a sua frente, eu fui agarrada à força pelo meu ex-namorado, e acabamos discutindo!
- Notei que discutiam muito, vi que você pedia muitas desculpas! Por quê? (perguntei-a com um ar de duvida)
Com um sorriso sem graça, ela respondeu:
- Ele ainda diz me amar, mas, eu acabei ficando com um cara em sua frente, acho que ele jamais vai me perdoar!
As lagrimas já não corriam em seu rosto, o papo estava à acalmando foi quando paramos, nos abraçamos, entre suspiros leves, ela me disse calmamente:
- Se esbarramos por ai! Foi um prazer te conhecer!
Disse ainda abraçando-a:
- Eu jamais à esqueceria, pois aquela, era uma noite péssima, que acabou melhorando graças a ela!
Após o abraço, ela saiu caminhando em longos passos por uma viela escura dizendo que morava logo ali. Eu continuei caminho cabisbaixo pensando em muitas coisas que podia ter dito, e não disse, continuei meu caminho, pois ainda faltava muito ate minha casa. A rua estava deserta, uma leve garoa deixava aquela noite gelada, foi quando lembrei que nem havia perguntado o nome daquela que animou minha noite. Neste momento olho em meio o asfalto, e vejo um cão da raça labrador, ele corria loucamente, a me ver ele acalma e vem ao meu redor na calçada.
Foi caminhando comigo, era uma cachorra, amarela, linda por sinal. Por muitas vezes parei de caminhar e ela parou junto a mim, como se fosse me proteger, chamei-a para perto de mim. Quando me agacho para lhe alisar ela pula sobre meu peito, como e quisesse me beijar ela tenta lamber meu rosto. Quando volto a caminhar, ela fica juntinha a mim como se seguisse meus passos, mas antes de chegar a minha casa, ela para em nosso portão, como se conhecesse onde eu morava.
Quando destranquei o portão, a cachorra foi entrando e me esperando logo ali como se quisesse entrar na casa comigo, mas pedi para que ela saísse. Assim ela fez após sair deitou em frente ao portão, eu virei de costas e fui entrando. Foi quando ouvi um “Pssiu”. Totalmente assustado eu olhei, por que achei ter ouvido uma cachorra soviar, mas a cachorra não estava mais lá, vi a garota que conheci na saída da festa com uma coleira nas mãos.
- Achei a coleira de sua cachorra ela é muito bela, estava aqui quando eu cheguei, mas ao me ver ela correu pela rua!!!(Disse a garota com um leve sorriso nos lábios).
Eu assustado em rever a garota, não vendo a cachorra que ali estava. Apenas disse que a cachorra não era minha, que apenas me acompanhou até ali.
- Ata, fica com a coleira como lembranças de quem te acompanhou até em sua casa, desculpas meu nome é Gabriela e aqui esta meu telefone (disse a garota me dando a coleira juntamente com um papel onde tinha seu nome e numero).
A garota pediu se podia entrar, pois seus pais ah tinham deixado para fora de casa queria apenas um lugar para dormir que não iria incomodar, ao amanhecer já sairia.Eu a deixei entrar, nisso ganho um beijo suave e um obrigado. Eu a coloquei para dormir na cama do meu irmão, pois ele não voltaria naquela noite, pois pousaria na casa de sua namorada. Antes das 8 horas da manhã, acordei assustado achando que tudo aquilo era um sonho, quando olho a cama do meu irmão noto que ela está feita, resolvo ir até a cozinha beber água, noto que minha chave esta sobre a mesa. Mas a porta estava só encostada, ao abrir, vejo a cachorra deitada sobre o tapete usando a coleira. Eu assustado corri até o portão, mas, nem sinal da garota. Meus amigos até hoje dizem nunca ter conhecido uma Gabriela com tal perfil, na rua onde ela disse morar existem apenas lojas, faz muitos anos que não tem nenhuma residência ali... A cachorra ainda esta aqui em casa, é minha melhor amiga. Quanto à garota, tentei ligar a ela por uma semana e sempre a mesma coisa, fora de área! O Mike disse nem lembrar ter visto nada, quanto a tal discutição entre o casal, eu nunca mais vi aqueles lindos lábios que beijei...
OBS: Este texto é de minha autoria, foi criado sobre alguns fatos que vi noite passada, porem nada disso que escrevi é totalmente verdade e entendam o que quiser da historia!

“Não é real!”.

E ai, quer namorar comigo!


E ai, quer namorar comigo!                                                                                              


Num quiosque qualquer, em uma praia qualquer no litoral norte do Rio Grande do Sul, um jovem casal vem se conhecer através de uma simples brincadeira.



   -E ai, quer namorar comigo?
- ahã eu? Nem te conheço!
-Se for por isso... Muito prazer meu nome é Maiquel...
- Ah, o meu é Paula, mas não vou poder aceitar o pedido, pois você nem sabe quem eu sou?!
- Se você não me mentiu, a princesa se chama Paula!
- Ta para seu bobo, você nunca me viu?!
- Humm, talvez esteja enganado, mas acho que já te vi em algum dos meus sonhos...
- Ah fala serio, você não sabe quem eu sou?
-Ta, realmente não te conheço, mas não pouparei esforços para te conhecer. Como eu te disse meu nome é Maiquel, mas meus amigos me chamam de Pive...
-Hã, como assim Privê? Garoto você não tem cara de ator pornô!
-Xiii, você entendeu errado, eu não disse privê e sim, Pive. Mas diz ai qual é a sua idade?
-Menino, que falta de educação é pedir a idade de uma dama!
-Brincadeirinha, e desculpas por errar seu apelido, mas se você não se importar, eu vou te chamar pelo nome. Achei-o muito bonito para ser trocado por um simples apelidinho.
-Me chame como quiser desde que não esqueça de mim! Minha idade é 19, caso quiser dizer a sua...
-Mas porque você quer tanto saber minha idade? Ein garoto?
-Desculpas, mas não quero ser acusado de pedofilia... To de piada!
-Ok, mas não gostei... E não se preocupe, não sou menor de idade não!
- E pelo contrario, você é mais novo que eu. Eu completei 20 faz algumas semanas...
-Droga! Eu e minhas piadas. Posso lhe pagar uma bebida para corrigir tamanha grosseria?
-Desculpas, eu não bebo!
- Fala sério, aceita ai, ao menos um suco, refrigerante, água ou leite com Nescau?
- Hum, então vou aceitar o leite... 
- Na certeza não vai ter para vender aqui nesta festa, mas se você aceitar tomar o café da manhã comigo, com certeza não ira se arrepender.
- Há, infelizmente não vou poder aceitar. Eu e minha família pegamos o avião logo pela manhã...
-Fala sério, vou te perder?
-Não menino, você não entende, é que eu moro em São Paulo. Podemos manter contato!
-Diga ai seu numero, que assim que eu poder te ligarei!
-(11)...
- Menina, desculpas por essa minha abordagem. Eu apenas te achei muito bonita e resolvi puxar assunto...
- Você esta dizendo que me pediu em namoro apenas para ter um papo? Todos os gaúchos são assim?
-Auhm, não... Bah, eu sou mesmo um idiota... Desculpas se te magoei...
-Deixa disso garoto, você é muito fofo! Mas infelizmente, eu apenas estou passando as férias aqui no Rio Grande do Sul. Por isso um namoro fica difícil, porém, podemos nos curtir por essa noite. Mas se você quiser podemos apenas ser amigos?


-Ah, vamos ser grandes amigos! Pois você para mim foi bem mais que atração física, foi algo em seu olhar que me atraiu. Apesar de lindos olhos cor de mel, foi um brilho que vi em seu interior que me fez vir até você! E mesmo distante te juro que sempre estarei junto a ti como se fossemos um só. Desde já, eu te adoro menina!
-Deixa de ser bobo, você tem lindos olhos azuis... São bem mais belos que os meus! E eu jamais vou te esquecer, mesmo que nós não possamos namorar.
 -Toda noite que estiver triste, olhe para a estrela mais brilhante que encontrar no céu!Lembre de mim e assim ira melhorar.
-E se o céu estiver nublado?
-Olhe da mesma maneira, pois não é a estrela que ira ti fazer bem, e sim, você lembrar de mim!
- Ahh, a única coisa que queria dizer com esse papo louco, é jamais esqueça de mim aconteça o que acontecer!
- Xii, porque você parou estava achando isso tudo mó fofinho!
- Pow continua...
 Um silêncio melancólico tomou conta do ambiente. Ele sem palavras apenas baixou a cabeça, ela olhava para todas as direções, sempre mexendo em seu cabelo. O silêncio foi quebrado por suas respirações ofegantes, neste momento um beijo leve, e muito prazeroso calou aquelas bocas que já não tinham mais o que dizer. Passaram o resto da noite juntos, após ver o nascer do sol, o jovem casal se separou, cada um tomou seu caminho.
A garota voltou para sua casa em São Paulo, eles ainda se correspondem pela internet, sempre que ela vem para o Rio Grande do Sul em suas férias, se encontram para lembrar daquele que foi não melhor, mas o mais marcante de todos os verões.
 Diante do computador, eternos irmãos!
               Nas férias de verão, um casal enamorado!